quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Feliz Novo Ano!

   
Foi diferente. Ele sabia da indecisão sobre onde ou com quem passar a noite de Ano Novo. Houve o convite, não sei ao certo quem convidou quem, e estava decidido que passaríamos juntos, ao nosso modo, mas passaríamos. Faltavam 7 minutos pra meia-noite quando ele chegou, meu coração batia tão forte, sabe quando a gente ouve bater? Então. Eu já estava meio alta e ele riu disso, riu comigo. Foram os 7 minutos que mais contei. Meia-noite. Feliz Ano Novo! Não é diferente pra você? Eu sei que não. Foi pra mim, e estarmos juntos nos bastava. Ele de branco, eu de vermelho. Juntos. Nossa música sendo cantada em um canal da TV pra nos brindar, pra brindar o que um dia foi só uma amizade colorida. Com certeza era um indício de que começávamos um Feliz Novo Ano.
   
Valeu a pena esperar, valeu cada calafrio que senti, cada incerteza, cada impulso, cada lágrima, cada palavra dita. Ter você comigo "me faz olhar pra trás e ver que eu teria feito tudo de novo, sabendo que no fim das contas eu teria você comigo, você faz de mim alguém melhor a cada dia, obrigada por tornar cada dia mais feliz ao seu lado! Sabe o meu sorriso que você tanto diz chamar a atenção? Nos últimos meses, ele chama mais ainda a atenção quando brilha seu nome nos meus olhos e nos meus pensamentos".
   
♪ Musicalité:
"Já falei tantas vezes do verde dos teus olhos,
todos os sentimentos me tocam a alma,
alegria ou tristeza.
(...) Me abraça, me aperta, me prende em tuas pernas,
me prende, me força, me roda, me encanta,
me enfeita num beijo..."
(A Festa - Maria Rita)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

É sempre amor

   

   
Deparei-me com um comercial de televisão, numa dessas madrugadas à toa, (já faz um tempo que vem sendo exibida a propaganda, descobri depois ao comentar com uma amiga), cujo texto ‘cantado’ fala de rotina, um texto muito bonito por sinal, deve durar não mais que meio minuto, arrisco-me a dizer que talvez eu já tivesse visto a propaganda, porém não tinha parado pra ouvi-la.
É, vai ver foi isso.
   
As pessoas crêem que rotina, pelo simples motivo de se ter ‘sempre’, seja algo do qual se possa enjoar. E de fato, a princípio, talvez seja mesmo esse o significado da palavra rotina, uma coisa maquinal, nem por isso ter uma rotina tem de ser algo ruim. O texto da propaganda citada (que já nem me lembro do que era, o que não é de se espantar: eu me esquecer de algo – eu não era assim - enfim) mostra a rotina como uma coisa boa e bonita, saudável.
   
A idéia é a rotina do papel: Há que se concordar que nada melhor do que se ter papel (e caneta) em mãos pra termos idéias, sejam rabiscos, sejam palavras soltas, tente ficar com papel (e caneta) à mão e não fazer nada com eles. É quase que cientificamente comprovado como algo impossível, assim diria algum estudioso, se isso tivesse sido estudado, claro.
   
O céu é a rotina do edifício: O edifício é sempre o mesmo, mas o céu muda pra ele todos os dias, para os que acham que rotina é não ter nada de mudanças, isso mostra o oposto, mudar todos os dias pra agradar alguém pode ser um tipo de rotina.
   
O início é a rotina do final: Basta começar algo pra se saber que vai terminar. Saber? Eu disse ‘saber’? Não temos como saber isso. Mas é certo que se teve um final, um dia começou, e por que não tentar começar de novo, e de novo, e de novo?
   
A escolha é a rotina do gosto: Quem nunca fez uma escolha, crente de que era a certa, que resultou no mais amargo dos sabores, que atire a primeira pedra. E quantas escolhas mais foram feitas depois daquela? Rotineiramente fazemos escolhas, boas ou não, porém sem dúvida cada qual com um gosto diferente, e certamente todas têm seus dissabores, mesmo a mais acertada delas.
   
A rotina do espelho é o oposto: O bom e velho hábito de nunca estarmos satisfeitos com o que vemos no espelho, sempre enxergamos o que não tem, ou só o que queremos ver, e óbvio, pra quem olha nunca é o que se deveria ver mesmo. Clichê.
   
A rotina do perfume é a lembrança: A memória olfativa é algo tão inexplorado, no entanto é certeiro que nos desperte as melhores lembranças, por exemplo, no campo amoroso. Podem até ser lembranças tristes, só que um dia foram as melhores.
   
O pé é a rotina da dança: A valsa é a primeira delas, quase sempre, ou ao menos foi num tempo em que... bom, em algum tempo foi.
A rotina da garganta é o rock: E quem canta seus males espanta, é um fato, conforme-se. E cante, todos os dias.
   
A rotina da mão é o toque: Tente se lembrar do toque que mais lhe agradou até hoje. Lembrou? Agora diga a si mesmo o que não daria pra que aquele toque fizesse parte da sua rotina. Disse? Então não me digam mais que rotina não é bom.
   
Julieta é a rotina do queijo: E a goiabada agradece, com certeza, ou mal seria consumida?
   
A rotina da boca é o desejo: O desejo de falar, o desejo de tocar, o desejo de provar, o desejo de sentir, o desejo de calar, o desejo de beijar. Alguma pergunta?
   
O vento é a rotina do assobio: Cujo som os passarinhos se apropriaram.
   
A rotina da pele é o arrepio: Arrepio quando se fala, arrepio quando se toca, arrepio quando se prova, arrepio quando se sente, arrepio quando se cala, arrepio quando se beija. Alguma pergunta? [2]
   
A rotina do caminhão é a direção: Embora quem a decida seja o motorista, o que nos leva a crer que a escolha está nas mãos de quem dirige. Vai seguir sempre a mesma direção?
   
A rotina do destino é a certeza: Mas por via das dúvidas, peça ajuda aos universitários. Ou não. A um amigo, ou não. Aos seus pais, ou também não. Por via das dúvidas, apenas siga seu destino, ou não?
   
Toda rotina tem a sua beleza: Repitam, como um mantra: toda rotina tem a sua beleza.
   
♪ Musicalité:
"(...) estava com saudades, mesmo sem ter esquecido,
que é sempre amor, mesmo que mude.
Com ela aonde quer que esteja
é sempre amor, mesmo que mude.
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou."
(Mesmo que mude - Bidê ou Balde)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dirija! (?)

­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­
- ... mãe, é o último churrasco da república, além do que, terça a Mô vai embora, não sei quando vamos nos ver de novo... Você vem mesmo, mãe? Podemos esperar?
­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Vou sim, filha; não quero perder a despedida de vocês, pode esperar.
­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Que bom, mãe, não seria a mesma coisa sem você aqui!
­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Choramos.
­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­
E então elas chegaram, no último minuto do sábado à noite, disseram que viriam só domingo de manhã, mas não resistiram, saíram antes e me fizeram surpresa; ótima surpresa (embora já tenhamos 'levemente discutido' nos primeiros minutos; normal). Além dos cinco moradores da casa, agora tínhamos a mãe, a irmã e Sé, o amigo.
­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­
No domingo houve o churrasco planejado, só entre nós; apenas nós. Não havia clima de despedida no ar, era recomeço. Pairava a esperança de que ali começávamos algo novo; encerrávamos algo velho, para que viesse o novo. Era festa, nossa festa de libertação.
­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Sorrimos.
­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­
Na segunda, tivemos o 'jantar de despedida', com todos os amigos que pudemos reunir, estávamos em 13 pessoas. Conversamos, brincamos, brindamos, comemos, casa cheia para a conclusão. De novo, era festa; nossa festa de comprovação.
­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Rimos.
­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­
E na manhã seguinte eu dirigia, naquele que, pra mim, era o silêncio mais mordaz nos últimos dias. "Enfim é isso, acabou? Não. Lembre-se: é recomeço, você mesma disse; controle-se, não chore, respire fundo. Dirija!". O meu silêncio permaneceu enquanto caminhamos até a plataforma de embarque, e o fato dos outros rirem e conversarem parecia-me um insulto. Como podem rir num momento desses? Que disparate! Bagagens guardadas; abraçou um, depois a outra, resmungou palavras. Calou-se e me abraçou. Fim de festa.
­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Chorei.
­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­
Como há muito não acontecia, lamuriosa, como amiga que ama.
­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­
Algumas horas depois, no mesmo dia, despedia-me delas, mãe e Bi, com bem menos tristeza (uma tristeza semelhante deu-se há quatro anos, ao sair de casa) porém com pesar também, despedi-me.
­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Num minuto casa cheia, no outro riso vazio.
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
"Enquanto houver você do outro lado,
aqui do outro eu consigo me orientar..."
(O Anjo Mais Velho - O Teatro Mágico)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mi Buenos Aires Querido

­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Eu poderia escrever (e descrever) muitas coisas sobre minha viagem a Buenos Aires, mas creio que muitas delas somente interessem a mim; e, os amigos mais próximos, que possam ter se interessado, já ouviram meus relatos (quase infindáveis e detalhadíssimos) sobre a viagem. Contudo, vale ressaltar a importância que ela teve no campo pessoal e acadêmico.
Pude ver que, mesmo anos do lado de alguém, jamais imaginamos certas coisas sobre as pessoas com quem ‘convivemos’, antes da convivência propriamente dita: dormir e acordar no mesmo lugar, tomar café juntas, e até mesmo depender daquela pessoa para que seu dia seja legal (ou não); percebi também que existem amigos que precisam sempre de amigos por perto (sou uma dessas); constatei que inclusive em meio a todas as atribulações que a organização de uma viagem deste porte pode causar, a duas amigas inexperientes no ramo (né, Bru!? Rs), ainda conseguimos rir das desgraças, única e exclusivamente porque sua amiga estava ali pra segurar sua mão e sorrir ao dizer que fizemos um ótimo trabalho.
Tai e Bru, obrigada por terem feito da minha viagem fantasticamente inesquecível, sem vocês ela jamais teria sido o que foi, ou melhor, não teria sido.
E quanto a mim?! Bem... não saberia hoje a potência que meu auto-didatismo tem, não saberia tampouco que domino meu conhecimento em outro idioma; não saberia a maravilha que é você ver resultados daquilo que busca na sua busca pessoal. Não saberia apenas.
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Se tenho histórias para contar sobre a viagem? Claro, inúmeras; ficaria extremamente longo, chato e cansativo narrá-las aqui, embora eu me julgue boa contadora de histórias, não convém selecionar uma única. Contento-me em saber que as terei eternamente na memória e nas exatas 599 fotos, rs. Pois se fosse para compartilhar, teria de ser todas...
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
”Yo tengo pintada en la piel la lágrima de esta ciudad,
La misma que dá de beber, la misma te hará naufragar,
Yo tengo en la piel su sabor, un leve resabio de sal,
Que nunca he sabido esconder, que nunca he sabido mirar...”
(Montevideo - Jorge Drexler)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Happy Halloween!

­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Começou com um convite inesperado para um "jantar de Halloween":
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Olha, Dona Moranga, não marque nada pr'aquela noite, porque temos um jantar na casa da Loira, tá?! - me avisou o João (sim, ele me chama de Dona MorangA).
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Tivemos um pequeno imprevisto até o meu "sim, eu vou", que não convém descrever agora; o que vale é que até então, a noite de halloween não passava da noite de halloween nos meus outros anos de vida. Mas desta vez foi algo diferente. Não porque fosse halloween, mas porque me serviu como mais uma gostosa lembrança destes amigos que me deixarão muitas saudades no coração.
E é chegada a hora de jantar, não sem antes brindarmos, com o mesmo copo para todos; João começou com algo que se assemelhava a isso:
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Um brinde aos nosso ancestrais, que já se foram mas que por meio de nós se fazem presentes; ao ano que se inicia e em agradecimento ao que o ano nos foi; ao amor e a nós. - bebeu e cedeu o copo à Fer.
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Aos amigos presentes e amores ausentes. - bebericou também e passou pro Alê, que, como sempre muito se rindo, falou:
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Humm... não sei o que dizer... Um brinde à amizade e ao amor... (?)!
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
E foi a vez de Dario:
­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Aos amores presentes... - e sorveu, mirando Raquel que se derretia após o brinde e o olhar apaixonado de seu amado, rs.
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Segundo o que o João leu esses dias: "A felicidade só está onde já estivemos, nunca estivemos no presente". Então faço meu brinde à felicidade que saberei que tenho aqui quando tiver mudado de cidade; a vocês! - eu disse, bebi e passei pra Rá:
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Ao meu querido Dario (parou e deu aquela risadinha de Raquel, rs), ao ano maravilhoso que tive com vocês, velhos amigos, e aos novos! (Esse "novos" me incluía!) - bebeu e findou-se o brinde.
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Mas o copo ainda deu mais uma volta no círculo, até acabar todo o conteúdo; sim, era alcóolico, porém não me lembro do nome, arrisco-me a dizer que era um hidromel, não sei. Fomos comer o arroz maravilhoso, dentre outras coisas, que o João fez com a ajuda da Loira. Uma reunião simples, talvez pra eles, nada além de um jantar, contudo que me trará nesta data, anualmente, a lembrança daqueles tão amados amigos: rimos, conversamos, rimos, brindamos, comemos, sorrimos (porque depois de comer, nos faltavam forças para rir, rs).
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Fomos mais uma noite felizes na companhia uns dos outros, e vice-versa...
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
"Eu não gosto do bom senso, eu não gosto de bons modos,
eu não gosto dos bons modos; não gosto.
...
Eu aguento até os modernos e seus segundos cadernos,
eu aguento até os caretas e suas verdades perfeitas...
...
Eu gosto dos que têm fome, dos que morrem de vontade,
dos que secam de desejo, dos que ardem..."
(Senhas - Adriana Calcanhoto)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Dragões

Até pouco tempo atrás, Dona Morango versificava seus contos:
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
"Noite adentro, toca o telefone
a voz do outro lado me é estranha,
desconhecida, mas amigável.
Pede a minha presença,
quer seus olhos em mim; vascilo.
E não insiste.
Ainda surpresa, cedo: "venha".
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Uma espera confusa,
tomo minutos por horas.
Dragões borboletando no ventre!
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Vimo-nos; seus olhos sedentos sob a lua.
E daquele que nunca me tocara,
sinto o abraço tão saudoso.
Perdi as palavras, ao passo que
as mãos em meu rosto avisam:
"não precisa delas pra agora...";
saem do rosto, procuram meus cabelos,
unicamente pra me enganar,
enquanto a boca liberta meus lábios.
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
E pela fúria, cuja sutileza se sobressaía,
fui tomada em beijos; calmaria desconsertante.
Então senti há quanto ele esperava meu toque.
...
­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
E assim estive entregue, uma noite inteira
ao gosto daquela voz e olhos e braços
e mãos e bocas, me refazendo."
(27/outubro/2006)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Domingo.

Era pra eu ter dormido na noite de sábado para domingo, mas quem disse que consegui? E quando o dia amanheceu, cheguei a pensar em desistir, mas estava combinado desde o meio da semana, tanto torcemos pelo bom tempo ser a favor, não podia dar uma de "dario" que de última hora muda de idéia, rs. Arrumei a bolsa, e às 9h22, estava eu pronta para tocar a campainha do... do... qual é o apartamento mesmo? Tirei o celular da bolsa pra ligar pro João e eis que o mesmo já aguardava a minha ligação, naquele exato momento, porque segundo ele "eu sabia que você não sabia o número do apê da Quel; é o 105, menina!"; "obrigada, João", e desliguei o celular, praticamente ao mesmo tempo em que ele chegou. Fer chegou em seguida. Quase todos prontos (exceto Dario, claaro!). Todos falando qualquer coisa sobre suas noites e eu lamentando e invejando o sono deles, perguntando-me se não dormiria na água e morreria afogada, rs. Enfim todos no carro, paramos no supermercado. Ai, e que parada!
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
O que se comprar para passar um dia inteiro entre uma cachoeira e um pesqueiro? Pão e mortadela, obviamente, com mais algumas outras tranqueiras e refrigerante, básico. Para desespero do João, demoramos mais que o esperado no supermercado, rs. E talvez, para o meu também: chegamos no caixa. Quem comandava o carrinho da compra? Sim, eu. Nos dividimos e ocupamos 3 filas diferentes, a mais rápida seria a escolhida, e foi a minha mesmo. Enquanto outra compra saía da esteira, fui depositando nossas coisas, para me livrar do carrinho, como sempre faço quando estou sozinha; na minha frente um casal passando apenas duas caixas de bombom, uma vez a esteira vazia, me senti na liberdade de ir colocando nossa compra, diferentemente do João, que se doeu pelo casal e soltou:
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Menina mais mal educada, vai empurrando as coisas em cima da compra dos outros...
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Quem ouvisse, levaria a sério, mas eu sabia que era brincadeira e, pior, não pararia por ali. Não só eu sabia, todos, Fer, Dario e Raquel também, que reprimiu o risinho dela de quem fica sem graça pelos outros. Só sorri pra ele, e fiquei esperando dolorosamente o restante, que, direcionado ao casal, veio:
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Não repara, não, viu, moço?! A gente costuma colocá-la na coleira quando é pra passear assim, mas achamos que hoje ela se comportaria... Desculpa, viu?!
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
O próprio caixa do mercado arregalou os olhos, num riso comprimido. Dario já estava rindo um pouco mais e Raquel soltou sua risada anteriormente reprimida. E a Fernanda? Vermelha! Olhei sem graça pro casal, e acho mesmo que fuzilei o João quando o olhei (afinal, ele falava tudo em alto e bom som, pra quem quisesse ouvir, não se fazia de rogado). Para minha 'desgraça', o infeliz do rapaz disse:
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Nossa, amigo, depois dessa olhada acho que você vai ter que se acertar com ela depois... Olha a cara dela... vixi... - E ficou murmurando interjeições que intencionavam dizer que o João estava fudido, e que nos diziam seu pensamento: que John era meu namorado.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Como o João não é gente, e adora me deixar sem graça, rs, ao perceber a insinuação do rapaz, continuou:
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Que nada, é só a cara, ela não fica sem... É gordinha, mas isso na cama puuula...
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Aah, pra quê? Exceto João, que continuou impassível, todos os que ouviram riam gostosamente: Raquel esqueceu seu decoro, sempre tão presente; Dario ria aquela risada da qual João não gosta, mas que é só dele; Fernanda se dependurava na prateleira ao lado do caixa e alternava em se segurar nos joelhos, tanto que ria; o caixa que atendia a todos nós e escutava curioso segurou a risada, por mera educação e ética de trabalho; e o casal não sabia onde enfiar a cara; não menos que eu, claro, no entanto eu ria muito e refletia na face o vermelho da camiseta que vestia. Ao sair do mercado, a risada foi ainda maior, de todos, inclusive João, e Fernanda me lembrou de não reclamar, porque ela previa coisa pior da parte dele. E não duvido.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Agora sim, a caminho de Echaporã, me diverti com a batata Ruffles que há tanto não comia, e mais ainda ao chegarmos no destino sem saber aonde ir, nem como se chegar.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Então vamos parar aqui, em frente ao cemitério, porque é um ponto bom de referência, a Raquel liga pra mulher da prefeitura, pra se informar, e a gente fuma um cigarro. - disse o João.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
No calor que estava, descer do carro seria um favor, porém a tal mulher não estava disponível, o que era de se esperar num domingo de manhã, né?! Pedimos informação sobre um pesqueiro a um que passava e fomos; se chegássemos lá, chegaríamos na cachoeira. Bastava sair do pesqueiro, passar o mata-burro, "virar não sei onde", seguir "reto toda a vida". Fizemos. Até o ponto em que o carro não andava mais, devido à areia do chão. Encostamos o carro, João se dispôs a ir andando pra saber se demoraria muito a chegar na cachoeira. Sim, demoraria. O jeito foi a Rá ir guiando, pro carro não ficar ao léu e nem tão longe de nós, o restante foi a pé. Ouvíamos água corrente, o único empecilho foi só não chegar nunca nela, rs. Daí o João se embrenhou no mato pra tentar "ver", e nada. Quando ele fez isso, já avisei:
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Se tiver que se embrenhar aí, tomo sol o dia todo no carro e bom divertimento pra vocês! (hehehe)
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Por sorte, não tardou muito, achamos mais à frente. Tudo bem que não era exatamente o que esperávamos, como, por exemplo, uma cachoeira, mas era alguma coisa, rs. A menos que fosse chamada de cachoeira a queda d'água, com um metro, que havia da pedra onde estávamos até o buraco profundo de água verde e límpida abaixo. Não era o que se pode chamar de deleite aos olhos, mas sim era lindo, e só nosso por um dia todo. Digamos que desbravamos o lugar. Até quase "demos" o carro de brinde, no momento em que o Dario pulou na água com a chave pendurada na bermuda, foi uníssono:
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
- Dario, sai da água JÁ! - eu, João e Fernanda; Raquel estava espantada demais pra falar qualquer coisa. E quem disse que ele queria sair da água levar a chave pra cima? Confesso que era horrível sair, não havia apoio e me ralei toda, mas antes ele se ralar a nós termos de ficar sem um meio de sair do meio daquele nada, rs.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Nenhum de nós conseguiu alcançar pé no chão daquele lago, muito menos calcular o quão fundo poderia ser, ficamos curiosos, só que era o de menos. Apenas nos importava nós mesmos ali; nossa amizade e, particularmente no meu caso, a saudade que sentirei de dias como esses quando o fim for imposto pela distância física. Como sentirei falta destes novos (exceto pelo Dario, que é velho amigo) e tão queridos amigos. E veio a chuva interromper meu momento nostalgia.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Nos aprontamos às pressas pra sair dali, pois a chuva viria com força total, aparentemente. Num determinado ponto o carro não subia, por causa da mesma areia que o fez descer facilmente. Um pequeno momento de tensão e minutos depois estávamos no bar do pesqueiro, jogando tranca, até a chuva passar e ficar um pouco mais seguro pra pegar estrada. E aqui comecei a sentir sono e a falta de uma noite bem dormida, que obtive assim que cheguei em casa, após um banho ótimo.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Dormi, como há muito não dormia uma noite inteira (e mais um pedaço do dia de hoje): sonhei que era criança de novo, feliz, brincando num parquinho.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
"Amigo é coisa prá se guardar
Debaixo de sete chaves, dentro do coração
Assim falava a canção..."
(Canção da América - Milton Nascimento)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Arriba!

­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­

­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
Ainda tô pra encontrar quem me dê a real,
Que tenha algum conteúdo além do trivial.
Que assuma os seus compromissos e me dê atenção,
Que seja o meu desafio e a minha solução.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Já perdi muito tempo em você, saí dessa de pagar pra ver,
E a coragem que tá te faltando é a força que em mim tá sobrando.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Pede pra eu me entregar e aposto como foge na hora "h"
Você não banca o meu 'sim'!
Se deixa intimidar, eu sei, você não pode me segurar,
Você não banca o meu 'sim'!
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Já saquei o seu jogo: quer me seduzir...
Mas pra que tanta pose, se você vai fugir?
Brinca com as palavras, quer me provocar...
Cão que ladra e não morde aqui não tem lugar.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Já perdi muito tempo em você, saí dessa de pagar pra ver,
E a coragem que tá te faltando é a força que em mim tá sobrando.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
(...)
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Tudo que eu quero e paz,
Por isso, "passar bem e até nunca mais",
Você não banca o meu 'sim'!"
(Você não banca o meu sim - Tatiana Parra/
Conrado Goys/Sandy Leah)

terça-feira, 16 de outubro de 2007

*Finite Incantatem

­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­ "Lumus Maxima. Eu juro solenemente não fazer nada de bom."
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Ela acordou por volta das 2h30 (isso significa há poucas horas) e se revirou na cama. Ajeitou-se de um lado, virou-se para o outro, abraçou um de seus três travesseiro, tentou decididamente dormir mais (afinal havia dias que trocava o dia pela noite, e esta fora a primeira noite nos últimos dias que sentia sono "cedo"), porém desde que despertara, ao abrir os olhos neste meio de madrugada, sabia que não dormiria mais. Sabia porque a idéia que pairava em sua mente era tentadora: levantar-se, ir rapidinho ao banheiro enquanto seu computador ligasse, puxar a poltrona mega confortável para frente dele e "abundar-se" ali, até terminar de ler os capítulos mal traduzidos daquele livro, que não saía de sua cabeça.
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Na manhã seguinte, completaria três semanas que tinha começado esta leitura, seus amigos (incluindo os que já terminaram de lê-lo) não aguentavam mais seus comentários a respeito. Até aquele momento ela o lia vagarosamente, não intencionava terminá-lo, pois era o último, seria a última vez que leria qualquer novidade sobre aquela vida fictícia tão interessante (embora ela tenha suas teorias de que sejam fatos reais, relatados como fictícios para não assustar a população trouxa, na verdade ela acredita piamente de que sejam os antepassados de J. K. Rowling, algo como ser a tetraneta de Harry Potter, contudo deixará para expor esta certeza ao mundo depois que for a Londres, mais precisamente à Estação King's Cross, Plataforma 9 e meia - ou 9 ³/4, e voltar de Hogwarts, trazendo um cartão postal de Hogsmead e uma foto (das que se movem) tirada em frente ao Três Vassouras, pois a chamariam de louca e viciada se insistisse em dizer que tudo isso é real, seus amigos já a alertaram de tal fato, até ameaçaram interná-la no H.P.Anônimos*). Livros que a acompanharam nos últimos quatro meses através das linhas tão bem escritas e descritas, cujos personagens tornaram-se seus amigos de cabeceira.
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Ela vestiu o Chapéu Seletor e foi mandada para a Grifinória; descobriu o Quadribol; esteve defronte ao Espelho de Ojesed, e possivelmente enxergou nele o que mais desejava no mundo; visitou o 3º andar e viu o Fofo; ajudou Hagrid com Norberto; participou da partida de Xadrez mais emocionante do século; teve o prazer de saber o que era A Pedra Filosofal. Ela conheceu a Rede de Flu e foi parar na Travessa do Tranco; voou em um Ford Anglia Azul e foi atacada por um Salgueiro Lutador; replantou Mandrágoras; tomou Poção Polissuco no banheiro da Murta-que-Geme; visitou Aragogue (e conseguiu escapar de seus filhotes depois); lutou com um Basilisco após se descobrir Ofidioglota; e fez um fiel amigo, Dobby, o elfo doméstico, ao sair d'A Câmara Secreta. Ela fez a chata da Guida virar balão; se hospedou no Caldeirão Furado e passou dias agradáveis no Beco Diagonal; teve o desprazer de conhecer os Dementadores, e, ao mesmo tempo, o prazer de conhecer Lupin, um dos melhores amigos de seu pai, e lhe ensinou a conjurar um Patrono; descobriu a Casa dos Gritos, um lugar horrível, mas agraciado na noite em que conheceu seu padrinho, Sirius, que nunca mais voltou a ser O Prisioneiro de Azkaban. Em seguida, ela foi convidada a ir à Copa Mundial de Quadribol; soube o que eram os Comensais da Morte; convocada a participar do Torneio Tribuxo; brigou com seu melhor amigo; conheceu as francesas de Beauxbattons e os mal-encarados da Durmstrang; descobriu o amor e teve o desprazer da morte de um colega, Cedrico; enfim esteve cara-a-cara com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado; e acabou por pensar que tudo poderia ter sido diferente, não fosse seu nome ser posto n'O Cálice de Fogo. Aqui ela quase foi expulsa de Hogwarts; descobriu sua conexão com Você-Sabe-Quem e tentou aprender Oclumência; desprazerosamente conheceu Dolores Umbridge e Grope; decepcionou-se com seu pai; criou a A.D. com seus fiéis amigos, Rony e Hermione, fez mais amigos fiéis; decepcionou-se com o amor; voou em um Testrálio; invadiu o Ministério da Magia; descobriu a Profecia; lutou com Ele, e com a morte do seu padrinho, soube que aquele era o fim da velha e o novo começo d'A Ordem da Fênix. Agora ela descobre que poderá viver no Largo Grimmauld nº12 quando quiser; passa grande parte do seu tempo ao lado do diretor da escola, de quem gosta grandemente; surpreende-se de novo com o amor em sua vida; descobre cada vez mais coisas sobre seu maior rival, inclusive as Horcruxes, e sai em busca delas, no encalço do seu grande mentor, Alvo Dumbledore; logo, quando o perde, percebe que gostaria de nunca ter conhecido O Enigma do Príncipe. Ela enfim se vê à beira do término desta guerra tortuosa, essa longa trajetória de escondeijos, perdas e ganhos (mais perdas do que ganhos), contudo em busca de um ganho maior: derrotar Lord Voldemort, de uma vez por todas, com a ajuda de seus amigos leais, claro, e também d'As Relíquias da Morte.
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Finalmente ela sabe quem morre, quem sobrevive, quem revive, quem sofre pelos que se foram, quem nasce, quem luta, e quem é quem. Ela hoje sabe quem foi, de fato, Alvo Dumbledore e toda a sua trajetória (até mesmo o que ele realmente viu no Espelho de Osejed - Yes!), quem era o homem que tanto o odiava, Severo Snape, como eram seus pais, quem são seus verdadeiros amigos; todos os seus porquês respondidos (ou quase todos); ela sabe que chorou com as personagens, riu com eles, viajou com eles, conheceu talvez seus segredos mais íntimos, lutou com eles; ela sabe o real valor e sentido daquele ínfimo trecho naquele capítulo esquecido; ela sabe porque tanto se encantou com essas mais de 3.000 páginas (3.312 exatamente! Rs). Depois dessas três semanas, ela simplesmente sabe. E é maravilhoso.
"Mal-feito feito. Nox."
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
*H.P.Anônimos: para graves casos de vício, algo semelhante ao 'A.A.'.
­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
*Finite Incantatem: feitiço usado para colocar fim a outro encantamento.
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
"(...) Um dia um caminhão atropelou a paixão!"
(Grand' Hotel - Kid Abelha)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Era Bijuteria...

­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­ Quase sempre sou da opinião dele:­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­ ­

"Uma imagem vale mais do que mil palavras? Então tá.
Agora, tenta dizer isso sem palavras."
Millôr Fernandes.
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Entretanto hoje, deixo muito do que teria a dizer por conta das imagens.
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Deu "game over", pena o "finish him" não ter sido a meu favor, foi mais para "finish her". Logo estarei pronta para outra partida* (?).
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
*Par.ti.da s.f 1. Ato de partir, saída. 2. Número de jogos necessários para que um parceiro ganhe (...). (Vide Míni Dicionário Aurélio)
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
"(...) Sem truque
Sem maldade
Fiz o meu papel
Eu quis lhe oferecer
O que ninguém me deu
(...)
E no brilho de uma pedra falsa
Dei amor a quem não merecia
Eu pensei que era uma jóia rara
Era bijuteria (...)"
(Bijouteria -
Chico Roque/Carlos Colla)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

À Harmonia da Casa!

­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Sim! Um brinde à harmonia da nossa república, e por que não?!
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Aqui recebemos amigos (todos perfeitamente tão normais quanto nós, rs), que vêm nos visitar a qualquer hora do dia - ou da noite, qualquer hora mesmo! - alguns vêm para passar dias, pernoitar, outros vêm apenas para uma jogatina, um filme, uma janta diferente (devemos tantas calorias à Mônica, rs), alguns vêm para nunca mais voltar, e alguns nunca chegarão a vir. Recebemos também o namorado, cujo ciúme não se manifesta nem perante às brincadeiras mais "atrevidas", porque sabe que são cobertas de todo o respeito possível - obviamente que nem todas as brincadeiras são bem aceitas, mas ainda assim ri.
Recebemos, inclusive, pais e irmãos, os quais tratamos com respeito e hospitalidade, caso contrário não demonstrariam satisfação pela casa onde o filho se encontra, tampouco manifestariam o desejo de voltar (e isso é, particularmente, sobre a minha mãe e minha irmã, Bianca, que se aproveitam de qualquer deixa para pensar em vir pra cá, acho que se dependesse delas, morariam aqui e me visitariam lá, rs).
Apesar do pesares (após as tempestades, sempre têm vindo a bonança!), não há do que se possa reclamar de fato - exceto a vizinha, que reclamou muito bem reclamado ao colocar a cabeça pra fora da janela às 4h da manhã, gritando algo sobre querer dormir e não aguentar mais nossas risadas, com ameaça de chamar a polícia ainda! Temos culpa de ser feliz? Sim, naquela madrugada tínhamos. Uma vez que todos aqui já moraram em outras repúblicas, ou, ao menos, já dividiram seus lares com outras pessoas, os limites são impostos sem nada ser dito. Se quando em casa, com pais e irmãos, há desavenças, por que aqui seria diferente? Muito pelo contrário, a propensão é bem maior e, no entanto, (ao meu ver), a ocorrência é bem menor; talvez por bom-senso, talvez por respeito, talvez até mesmo pela ira, ou ainda simplesmente porque é. Não há como saber.
Só o que pode ser dito em nossa defesa é que não é uma calamidade, que muitos pensam ser, dividir morada com pessoas de personalidades tão distintas e singulares; é menos calamitoso ainda por ser "mista", talvez isso seja o melhor de nós cinco. Nos auto-entitulamos república porque assim dizem, contudo podemos dizer, daqui de casa, que formamos, sem sombra de dúvidas, um lar.
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Um brinde à Mônica, com quem ninguém discute ou discorda e que cozinha maravilhosamente bem; um brinde à Fernanda, cujo estilo invejável - estilo mesmo, no real sentido da palavra! - todos na facul, cedo ou tarde, copiam e que como tocadora de violão é ótima cantora (!); um brinde ao Alex, em quem as perfeitas imitações de personagens cômicos do mundo virtual caem como luva e que sempre nos faz rir; um brinde ao Hércules, a quem se pode confiar segredos e que é o único a ter um horário "correto" de dormir nesta casa (!); e por último, porém não menos importante, um brinde a mim, dona de teorias e idéias que a maioria diz temer (no entanto, vão no embalo) e a quem devemos uma peculiar 'chatice legal'.
Somos ou não somos uma Happublica*? E quero ver quem diga que não!
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
Situe-se na imagem: No canto superior esquerdo, Branca é Felícia (Tiny Toon: uma garota que abraça (leia-se aperta) seus queridos até sufocá-los) - a Mônica diz que se alguém discorda é para pedir-me um abraço 'caloroso'; no centro, Mônica é Mônica (personagem de Maurício de Souza) - auto-explicativo; no canto superior direito, Fer é O Bozo (porque todos sempre lhe contam "historinhas incríveis" e ela responde: "Ah, tá! E eu sou o Bozo!"); no canto inferior esquerdo, Alex é Taz (Looney Tunes: porque ele é sim um "diabinho" entre nós, que não deixa nada nem ninguém quieto onde estiver, eu a Fernanda que o diga!); no canto inferior direito, Hércules é Hércules (personagem Disney), novamente sem precisar de mais explicações, né?!
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­
*Happublica: uma forma híbrida, a partir da junção das palavras "happy" e "república", respectivamente, do inglês e português. Idéia original de Mônica, e aceita pelos demais "happublicanos".
­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­
♪ Musicalité:
"Era uma casa / Muito engraçada / Não tinha teto / Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não / Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede / Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi / Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero / Na rua dos Bobos / Número zero."
(Vinicius de Moraes / Bardotti / Sérgio Endrigo)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Incomoda muito.

­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Como é bonito ver um casal verdadeiramente apaixonado, como é gostoso estar perto quando na hora do reencontro! A energia que emana de um casal assim é contagiante; tão contagiante que, aquilo que outrora não nos atingia, agora incomoda profundamente.
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Incomoda pensar que não se tem um alguém que te olhe com cara de bobo, um alguém que viaja só para te ver, um alguém que te ligue só para te dizer que está com saudades. Incomoda não ter alguém em quem pensar quando o dia amanhece, muito menos em quem pensar antes de dormir. Incomoda você ter tanto para dizer e ninguém a te ouvir; ter tanto para fazer e ninguém com quem compartilhar; ter tanto para sentir e ninguém para ofertar.
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Poderia tecer tantos outros "incomoda" aqui, mas não convém, estes citados falam por todos os demais, quem se identificar com o que tá escrito acima, saberá, "de cor e salteado", tudo quanto pode vir a incomodar. Porque estar apaixonado nunca incomoda, nem mesmo quando não é correspondido (enquanto não machucar, não incomoda mesmo); só o que incomoda é ter um coração vazio, porém querendo a todo custo ser preenchido: isso sim incomoda muito.
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
"Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­e para mais me'espantar
os maus vi sempre nadar, em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim, o bem tão mal ordenado
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­­fui mal mas fui castigado:
assim que só para mim anda o mundo consertado."
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ (Camões)
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
♪ Musicalité:
"Deixa eu dizer que te amo / deixa eu pensar em você
isso me acalma / me acolhe a alma / isso me ajuda a viver.
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Hoje contei pras paredes / coisas do meu coração
paseei no tempo / caminhei nas horas / mais do que passo a paixão
É um espelho sem razão / quer amor, fique aqui. (...)"
(Amor I Love You - Carlinhos Brown/Marisa Monte)

domingo, 7 de outubro de 2007

Era?! Qual vez?

Isso pode ser considerado um "Conto de Fadas" moderno (?). Ele não é de minha autoria, contudo parece me servir como uma luva ultimamente...
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
♪ Musicalité:
"A letra A do seu nome / Abre essa porta e entra
Na mesma casa onde eu moro / Na mesa que me alimenta
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
A telha esquenta e cobre / Quando de noite ela deita
A gente pensa que escolhe / Se a gente não sabe inventa
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
A gente só não inventa a dor / A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar / A gente se sente melhor
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
A abelha nasce e morre / E a cera que ela engendra
Acende a luz quando escorre / Da vela que me orienta
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Apenas os automóveis / Sem pernas se movem e ventam
Certeza é o chão de um imóvel / Prefiro as pernas que me movimentam
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
A gente movimenta o amor / A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar / A gente se sente melhor"
(A letra A - Nando Reis)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Pior sem eles! (?)

Tá bom, vai...aceitemos os fatos: quantas vezes já não nos pegamos dizendo "Antes só do que mal acompanhada"? Confesso que até concordo com esse ditado, mas só porque é preferível acreditar nisto a admitir, pra nós mesmas, que "Ruim com eles, pior sem eles"! Não que seja, necessariamente, ruim mesmo com eles, é que quando reclamamos, ou melhor, quando do que ser reclamado, fica ruim. É exatamente assim: se sozinhas (pra evitar a má companhia), reclamamos, se há um ele, muito provavelmente, muitas não se darão por satisfeitas. Por isso, tenho que admitir: é bem pior sem eles sim, porque na falta deles, reclamamos de coisas infundadas, rs. E se "toda panela tem sua tampa - a menos que você seja uma frigideira" , então pode ser que logo eu diga "Muito prazer, meu nome é Frigideira".
Que triste isso!
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Dia desses, li um texto (cujo autor(a) desconheço, destes que circulam pela internet), que pretendia ser engraçado, ao passo que expunha a complicação que vêem em nós, o sexo feminino. No entanto, o texto acabou por me mostrar o quanto o sexo masculino impõe certas complicações - muitas vezes até mesmo pelos padrões antes impostos por aquilo que chamamos, nessas horas, de sociedade (quando precisamos colocar a culpa em alguém, que não nós mesmos).
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Contudo, colocar aqui o texto não é uma pauta para se começar a discutir a "Guerra dos Sexos", definitivamente é algo fora da minha "jurisdição" (!); se eu o fizesse, não passaria de um amontoado de opiniões, e estas, convenhamos, interessam a bem poucos, quando muito só a mim (claro que partindo do pressuposto de que eu tenha opiniões formadas sobre esta guerra infindável). É bem provável que, no momento, chamá-la de infindável seja o único adjetivo que eu consiga utilizar para tecer alguma opinião a respeito - um outro dia, quiçá?! - ademais, qualquer outra tentativa de opinar seria fadar-me ao insucesso.
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
"Se a gente se insinua, é atirada; se não, tá dando uma de difícil./ Se aceita transar no início do relacionamento, é mulher fácil; se não quer ainda, é porque tá fazendo c* doce. / Se põe limitações no namoro, é autoritária; se concorda com tudo sempre, é uma lesa sem opinião. / Se batalha por estudos e profissão, é uma ambiciosa; se não está nem aí pra isso, é dondoca. / Se adora falar em política e economia, é feminista; se não se liga nesses assuntos, é desinformada. / Se correr pra matar uma barata, não é feminina; se corre da barata, é medrosa. / Se aceita tudo na cama, é vagabunda; se não aceita, é fresca. / Se ganha menos que o homem, é pra ser sustentada; se ganha mais, é pra jogar na cara deles. / Se adora roupas e cosméticos, é narcisista; se não gosta, é desleixada. / Se sai mais cedo do trabalho, é folgada; se sai mais tarde, tá dando pro chefe. / Se faz hora extra, é gananciosa. / Se gosta de TV, é fútil; se gosta de livros, tá dando uma de intelectual. / Se se chateia com alguma atitude dele, é mimada; se aceita tudo o que ele faz, é submissa. / Se quer ter 4 filhos, é uma louca inconsequente; se só quer 1, é uma egoísta sem senso maternal. / Se gosta de rock, é uma doida chapadeira; se gosta de música romântica, é brega; se gosta de eletrônica, é porra-loca. / Se usa sainha curta, é vulgar; se for comprida, é crente. / Se faz cena de ciúme, é uma neurótica; se não faz, não sabe defender seu amor. / Se fala mais alto que ele, é uma descontrolada; se fala mais baixo, é subserviente. / Se procura depois do primeiro, é apressada; se não procura (e fica esperando), não demonstrou interesse."
­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
Porque na verdade, só o que se quer é um ombro pra recostar a cabeça e uma mão acariciando a face, enquanto conversamos em silêncio, depois do beijo e do abraço tão esperados.
­­ ­ ­­ ­ ­­ ­ ­ ­­­­­­­
♪ Musicalité:
"... sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher,
sou minha mãe, minha filha, minha irmão, minha menina;
mas sou minha, só minha, e não de quem quiser."
(1º de Julho - Cássia Eller)

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