segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Domingo.

Era pra eu ter dormido na noite de sábado para domingo, mas quem disse que consegui? E quando o dia amanheceu, cheguei a pensar em desistir, mas estava combinado desde o meio da semana, tanto torcemos pelo bom tempo ser a favor, não podia dar uma de "dario" que de última hora muda de idéia, rs. Arrumei a bolsa, e às 9h22, estava eu pronta para tocar a campainha do... do... qual é o apartamento mesmo? Tirei o celular da bolsa pra ligar pro João e eis que o mesmo já aguardava a minha ligação, naquele exato momento, porque segundo ele "eu sabia que você não sabia o número do apê da Quel; é o 105, menina!"; "obrigada, João", e desliguei o celular, praticamente ao mesmo tempo em que ele chegou. Fer chegou em seguida. Quase todos prontos (exceto Dario, claaro!). Todos falando qualquer coisa sobre suas noites e eu lamentando e invejando o sono deles, perguntando-me se não dormiria na água e morreria afogada, rs. Enfim todos no carro, paramos no supermercado. Ai, e que parada!
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O que se comprar para passar um dia inteiro entre uma cachoeira e um pesqueiro? Pão e mortadela, obviamente, com mais algumas outras tranqueiras e refrigerante, básico. Para desespero do João, demoramos mais que o esperado no supermercado, rs. E talvez, para o meu também: chegamos no caixa. Quem comandava o carrinho da compra? Sim, eu. Nos dividimos e ocupamos 3 filas diferentes, a mais rápida seria a escolhida, e foi a minha mesmo. Enquanto outra compra saía da esteira, fui depositando nossas coisas, para me livrar do carrinho, como sempre faço quando estou sozinha; na minha frente um casal passando apenas duas caixas de bombom, uma vez a esteira vazia, me senti na liberdade de ir colocando nossa compra, diferentemente do João, que se doeu pelo casal e soltou:
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- Menina mais mal educada, vai empurrando as coisas em cima da compra dos outros...
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Quem ouvisse, levaria a sério, mas eu sabia que era brincadeira e, pior, não pararia por ali. Não só eu sabia, todos, Fer, Dario e Raquel também, que reprimiu o risinho dela de quem fica sem graça pelos outros. Só sorri pra ele, e fiquei esperando dolorosamente o restante, que, direcionado ao casal, veio:
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- Não repara, não, viu, moço?! A gente costuma colocá-la na coleira quando é pra passear assim, mas achamos que hoje ela se comportaria... Desculpa, viu?!
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O próprio caixa do mercado arregalou os olhos, num riso comprimido. Dario já estava rindo um pouco mais e Raquel soltou sua risada anteriormente reprimida. E a Fernanda? Vermelha! Olhei sem graça pro casal, e acho mesmo que fuzilei o João quando o olhei (afinal, ele falava tudo em alto e bom som, pra quem quisesse ouvir, não se fazia de rogado). Para minha 'desgraça', o infeliz do rapaz disse:
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- Nossa, amigo, depois dessa olhada acho que você vai ter que se acertar com ela depois... Olha a cara dela... vixi... - E ficou murmurando interjeições que intencionavam dizer que o João estava fudido, e que nos diziam seu pensamento: que John era meu namorado.
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Como o João não é gente, e adora me deixar sem graça, rs, ao perceber a insinuação do rapaz, continuou:
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- Que nada, é só a cara, ela não fica sem... É gordinha, mas isso na cama puuula...
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Aah, pra quê? Exceto João, que continuou impassível, todos os que ouviram riam gostosamente: Raquel esqueceu seu decoro, sempre tão presente; Dario ria aquela risada da qual João não gosta, mas que é só dele; Fernanda se dependurava na prateleira ao lado do caixa e alternava em se segurar nos joelhos, tanto que ria; o caixa que atendia a todos nós e escutava curioso segurou a risada, por mera educação e ética de trabalho; e o casal não sabia onde enfiar a cara; não menos que eu, claro, no entanto eu ria muito e refletia na face o vermelho da camiseta que vestia. Ao sair do mercado, a risada foi ainda maior, de todos, inclusive João, e Fernanda me lembrou de não reclamar, porque ela previa coisa pior da parte dele. E não duvido.
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Agora sim, a caminho de Echaporã, me diverti com a batata Ruffles que há tanto não comia, e mais ainda ao chegarmos no destino sem saber aonde ir, nem como se chegar.
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- Então vamos parar aqui, em frente ao cemitério, porque é um ponto bom de referência, a Raquel liga pra mulher da prefeitura, pra se informar, e a gente fuma um cigarro. - disse o João.
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No calor que estava, descer do carro seria um favor, porém a tal mulher não estava disponível, o que era de se esperar num domingo de manhã, né?! Pedimos informação sobre um pesqueiro a um que passava e fomos; se chegássemos lá, chegaríamos na cachoeira. Bastava sair do pesqueiro, passar o mata-burro, "virar não sei onde", seguir "reto toda a vida". Fizemos. Até o ponto em que o carro não andava mais, devido à areia do chão. Encostamos o carro, João se dispôs a ir andando pra saber se demoraria muito a chegar na cachoeira. Sim, demoraria. O jeito foi a Rá ir guiando, pro carro não ficar ao léu e nem tão longe de nós, o restante foi a pé. Ouvíamos água corrente, o único empecilho foi só não chegar nunca nela, rs. Daí o João se embrenhou no mato pra tentar "ver", e nada. Quando ele fez isso, já avisei:
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- Se tiver que se embrenhar aí, tomo sol o dia todo no carro e bom divertimento pra vocês! (hehehe)
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Por sorte, não tardou muito, achamos mais à frente. Tudo bem que não era exatamente o que esperávamos, como, por exemplo, uma cachoeira, mas era alguma coisa, rs. A menos que fosse chamada de cachoeira a queda d'água, com um metro, que havia da pedra onde estávamos até o buraco profundo de água verde e límpida abaixo. Não era o que se pode chamar de deleite aos olhos, mas sim era lindo, e só nosso por um dia todo. Digamos que desbravamos o lugar. Até quase "demos" o carro de brinde, no momento em que o Dario pulou na água com a chave pendurada na bermuda, foi uníssono:
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- Dario, sai da água JÁ! - eu, João e Fernanda; Raquel estava espantada demais pra falar qualquer coisa. E quem disse que ele queria sair da água levar a chave pra cima? Confesso que era horrível sair, não havia apoio e me ralei toda, mas antes ele se ralar a nós termos de ficar sem um meio de sair do meio daquele nada, rs.
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Nenhum de nós conseguiu alcançar pé no chão daquele lago, muito menos calcular o quão fundo poderia ser, ficamos curiosos, só que era o de menos. Apenas nos importava nós mesmos ali; nossa amizade e, particularmente no meu caso, a saudade que sentirei de dias como esses quando o fim for imposto pela distância física. Como sentirei falta destes novos (exceto pelo Dario, que é velho amigo) e tão queridos amigos. E veio a chuva interromper meu momento nostalgia.
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Nos aprontamos às pressas pra sair dali, pois a chuva viria com força total, aparentemente. Num determinado ponto o carro não subia, por causa da mesma areia que o fez descer facilmente. Um pequeno momento de tensão e minutos depois estávamos no bar do pesqueiro, jogando tranca, até a chuva passar e ficar um pouco mais seguro pra pegar estrada. E aqui comecei a sentir sono e a falta de uma noite bem dormida, que obtive assim que cheguei em casa, após um banho ótimo.
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Dormi, como há muito não dormia uma noite inteira (e mais um pedaço do dia de hoje): sonhei que era criança de novo, feliz, brincando num parquinho.
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♪ Musicalité:
"Amigo é coisa prá se guardar
Debaixo de sete chaves, dentro do coração
Assim falava a canção..."
(Canção da América - Milton Nascimento)

4 comentários:

B! disse...

Vou começar a te colocar na coleira também quando vier pra cá. ._.
ahushauhsuahsuhaushsa

Ah, eu queria estar em Assis... Queria muito estar ai. Que feliz e sortuda é você por ter esses amigos.
Espero um dia encontrar alguns como esses pra mim. =*
Te amo!

John John disse...

Faça pra sua irma q..qdo ela vir..a gente vai aprontar muitas tb! rs
e é só o começo...
tudo é só um começo...

Anônimo disse...

Branca, amigos como vc são o motivo pra eu viver feliz e contente no meio deste sertão assisense. Pensando bem, que tal sequestrarmos sua irmã Bianca depois da formatura, pra ela conhecer o nosso mundinho, rs?
Bjs.

Nathalia disse...

É, amigos são mesmo..

Amigos!

Saudade de Buenos =/

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